Da extração de ouro para exploração de minérios foi um pulo – diga-se de passagem, muito bem pensado. O lucro e a quantidade de ferro extraído eram absurdamente superiores ao “El Dorado” amazônico. Não adiantaria de nada a grande quantidade de minérios de ferro, se não tivesse para onde escoa-lo; então, foi pensando nisso que ele formou mais de uns de seus grandes projetos, a criação e construção de um porto, no Rio de Janeiro.
Do porto para uma Usina de energia foi outro salto. E da usina para empresa petrolífera. Tudo faria correr da melhor maneira possível, o céu, aparentemente, era o limite para o conglomerado “X” de Eike Batista. Era questão de tempo para o empresário brasileiro figurar entre os 10 mais ricos do mundo. E foi o que aconteceu.
Porém, assim como o velho ditado, nem tudo que reluz é ouro. Eike Batista acabara por dar um passo maior que perna, e seu sistema de empresas interligadas e, por que não dizer, interdependentes, que era visto como seu ponto forte passou a ser seu “calcanhar de Aquiles”. A OGX – empresa responsável pela exploração de gás e óleo- não conseguiu produzir o que era almejado, nem perto disso. E, aos poucos, o seu grande império foi naufragando.
O golpe foi duro, o revés foi inesperado. Os empréstimos emitidos pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social- para a construção de suas empresas foi um verdadeiro tiro no próprio pé. E com isso alguns de suas ambições foram, pouco a pouco, sendo deixas de lado. Um exemplo claro disso foi a denominada “Cidade X”, um projeto tão futurístico quanto ambicioso, que previa a construção de um grande complexo imobiliário no município carioca, São João da Barra. Toda construção tinha como centro o porto que fora construído na própria região e, também, propriedade de Batista.
Não conseguindo cumprir com os acordos, com os empréstimos vencendo seus prazos, os valores das ações das empresas EBX despencaram – ao ponto de tirá-lo do ranking dos 100 mais ricos do mundo. Não foram apenas os negócios empresariais de Eike que caminharam para a crise (ou como ele gosta de chamar “estresse”), projetos como a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, visando às olimpíadas do Rio-2016, e o time masculino de vôlei ficou em segundo plano, caminhando para o esquecimento.
A fortuna foi reduzida apenas a 1/3 do que era em menos de um ano. As siglas das empresas, todas terminadas em X, buscavam a multiplicação dos bens, mas, com o passar do tempo o significado do X parece ter mudado bruscamente: de fator matemático para uma incógnita de difícil resolução.
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